quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Aniversário de 60 anos!

Hoje vou escrever sobre felicidade, desesperança as surpresas da vida.

Quase as vésperas de completar meus 60 anos, como diz minha amiga e inesquecível parceira de farra (Sandra Fiore), estou ficando mais sexy: sexagenário!

Tenho pensado muito nesses 60 anos. Quantas histórias vivi e presenciei. O nascimento do rock, Elvis, Bill Harley e seus cometas. O Sputnik (1º. Satélite a orbitar a Terra), a Laika (1ª. cachorrinha a orbitar a Terra) e Yuri Gagarin (1º. Homem a orbitar a Terra), todos russos. Vi também pela TV o 1º homem a pisar na Lua (o americano Armstrong) e os lançamentos das naves Gemini e Apolo, inclusive o desastre da Apolo 11.

Beatles, twist, hully-gully, Bee Gees, 3 Dog Night entre muitos outros. Aqui no Brasil, vi o início da ditadura. Estava na casa de meu tio (Plirts) coronel quando a coisa estourou. Lembro que fiquei apavorado e minha Santa mãe (Irma) me acalmava enquanto corríamos pra casa.

Foi um período obscuro, tenebroso. Eu morava em frente ao quartel general do 2º exército na R. Manoel da Nóbrega 1450. Ouvi a bomba que matou o soldado Mário Cosel Filho. Presenciei vários tiroteios em frente de casa. Segui as trajetórias do Carlos Lamarca, Mariguela e da Var-Palmares. Havia uma revista chamada Realidade (a Veja da época). Por ela, acompanhei a guerra do Vietnã.

Foi um tempo obscuro, mas sem ele não teria havido Chico Buarque, Tom Jobin, Edu Lobo, Vinícius e tantos outros que nasceram e se alimentaram da ditadura, nos brindando com músicas (e letras) que tinham sentido. Profundo sentido. (que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito, enquanto dure – toda gente homenageia, Januária na janela. Até o mar, faz maré cheia, pra chegar mais perto dela....).

Pela TV vi a morte de Disney e de J. F. Kennedy. Andei pela Paulista, Augusta, Pamplona. Brinquei no Ibirapuera. Estudei no LEP e tomei batida no Mestre e nos Titulares das batidas.

LEP, Oswaldão, diretório acadêmico, que promoveu um show com nada mais nada menos que Toquinho (que estava no início de carreira e era amigo de um colega), num auditório para mais de 500 pessoas, com 9!!! E ele fez o show todinho. Exclusivo!!!

Banda Mole, Batidas Coco Verde, acampamentos, O Trago Nosso de cada Noite!

Frequentei a rua Iguatemi e vi o 1º shopping (Iguatemi), depois que a rua estreitinha e de paralelepípedos, virou avenida e frequentei-o MUITO. Saíamos do LEP e íamos almoçar e/ou paquerar lá. Vi todos os demais shoppings, mas o Iguatemi sempre foi o 1º. Lá conheci uma maluquinha, lindíssima, que tinha um pai alemão maluco que saiu correndo atrás de mim com uma “pistola luger” do tempo da guerra. Ufa. Que sufoco. Tinha que pedir a minha cúmplice (San) para ir na casa dela busca-la dizendo ser sua amiga, pra eu “namorar” um pouquinho, mas depois da correria, achei que não valia mais a pena!!!

Olhando para trás vejo um livro cheio de aventuras. O casamento em 2 igrejas no mesmo dia, com mais 2 casais, morando todos na mesma casa (a de meus pais que foram morar no sítio).

Vi os Hippies, vivi o “paz e amor”, mas nunca usei drogas.

Fiz química, fiz estágio na Ford, trabalhei nela, na Chrysler, na Fiat (quando tive oportunidade de morar em Torino, Itália, por um ano), na VW, Autolatina e Mitsubishi.

Casei. 3 filhos MARAVILHOSOS e 2 netos LINDOS!

Tudo o que vivi é motivo para estar feliz. Poucos tiveram as oportunidades que tive.

As vésperas de completar meus 60 anos de vida cheia de lembranças, lembrei da festa dos 60 anos de meu velho e sábio pai.

Foi no sítio, com toda a família presente. Meus tios e tias (irmãos de minha mãe, mais velha de 13), primos-irmãos meus (18), com esposas, namoradas, filhos, etc... meus irmãos Pipo e família e Carlos José e família. Um mega churrasco com as demais comidas deliciosas que só a dona Santa sabia fazer. O velho deve ter ficado muito feliz com a super festa.

Daí uma amiga outro dia me disse. 60 anos! Tem que fazer uma “super festa”! Então fiquei pensando: fazer uma super festa para os meus 60 anos, pra que? Pra quem?

Os filhos de que tanto me orgulho e que moram nos US, não virão. A filha que adoro e os netos que moram em SP, não virão. Os tios e tias (que ainda vivem), não poderão vir. O mesmo ocorre com os primos, que moram hoje em SP, Bahia, Espanha. Os amigos da infância, não tenho mais contato. Dos amigos da juventude, uns moram em SP capital e interior, outros em MG, outros fora do país, não poderão vir. Das centenas de amigos da cidade onde vivo, poucos restaram após minha saída da gerência da Mitsubishi, quando eu alugava casas em 3 Ranchos e fazia festas a beira da piscina e, mesmo estes poucos, provavelmente não virão. Desesperança!

Mas ainda assim, sou feliz. Por tudo o que vivi e por tudo o que meus filhos representam, mas hoje, para rebater a desesperança, tive uma grata surpresa e um motivo a mais para me orgulhar.

Ao procurar uma matéria que fiz em 2011 sobre meu bairro o Jardim Paulista, no site: http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=4935

Achei uma matéria sobre o Giratório, um restaurante que meu tio inventou e meu pai foi dono. Mencionei o mesmo na matéria e esta informação acabou gerando uma nova página, com várias pessoas contando suas histórias relacionadas ao Giratório. Fiquei muito emocionado e feliz por ter proporcionado esta homenagem (mesmo que indireta) ao meu velho.

Foi o melhor presente de aniversário que eu poderia ganhar, até porque penso que será o único!!!!!!

A vida é MARAVILHOSA! Cada dia nos revela uma surpresa.

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